A partir do momento em que se entra para tão desejada lista de espera para o transplante pulmonar a vida fica definitivamente emocionante se bem que um bocadinho incerta.
A qualquer momento podemos receber “A” chamada.
Aquela que irá mudar tudo, que tem o potencial de tornar a vida melhor, permitir que tenhamos novas oportunidades e novas experiências.
Mas a verdade é que não é um momento fácil. É preciso aprender a lidar com essa incerteza, com os sentimentos e a ansiedade que ficar à espera trazem à tona.
Mais uma vez, cada caso é um caso, e existem pessoas que esperaram uns meses e outras que esperaram anos. Muitas vezes não se trata de uma única chamada porque o mais comum é receber vários falsos alarmes até chegar à tão esperada porque se verifica que afinal o órgão não é realmente compatível.
É por isso que acreditamos que é importante moderar as expetativas para que esses falsos alarmes não façam com que se perca a esperança. Temos de acreditar que o nosso dia vai chegar. Já chegou para tanta gente porque é que não havíamos de ser um deles?
Seja qual for o caso, é importante que avise a pessoa a entrar em contacto consigo para o chamar para transplante pulmonar se estiver com sintomas gripais, a fazer antibiótico ou a realizar algum tratamento (exemplo: dentário).
Uma vez no hospital, infelizmente, ainda existe a possibilidade de o transplante não acontecer. Existem muitas coisas que precisam de correr bem para que se faça a cirurgia. Desde a análise da compatibilidade entre dador e recetor, do estado de saúde em que se encontra, da viabilidade dos pulmões doados, entre tantos outros. Mas é fundamental que os profissionais de saúde tenham a certeza que a correspondência é perfeita porque isso irá tornar a probabilidade de não ter muitas intercorrências, que é o mais importante.
Mantenha a esperança. Já todos os transplantados passaram por isto. Apesar de complicado, é possível.
Nunca desista. Não hesite em pedir ajuda se precisar.
Procure apoio nos seus familiares, amigos, ou mesmo na nossa associação.
Todos tivemos diferentes experiências nesta fase e talvez possamos ajudar.
