Alimentação no período de pós transplante

A alimentação é um assunto que suscita habitualmente dúvidas no período após transplante.

Com efeito, nesse período, são recomendados alguns cuidados, tanto em relação a alimentos, como a práticas de consumo, que possam constituir maior risco.

Uma das grandes questões é o consumo de alimentos crus, ou insuficientemente cozinhados.

Carnes ainda rosadas ou o consumo de peixe cru, o sushi, tão em voga neste momento, constituem um risco que os transplantados deverão evitar. Estes alimentos deverão ser sempre muito bem confeccionados.

Mas esta questão é mais pertinente em relação ao consumo de legumes e frutas.

Com efeito o consumo de legumes crus em saladas e o consumo de fruta, é uma prática incentivada habitualmente como fazendo parte de uma alimentação saudável e equilibrada.
Devemos no entanto, ter em consideração que estes, são alimentos naturalmente contaminados por grande número de microrganismos patogénicos, podendo causar situações de doença que poderão ser graves, sobretudo em doentes com sistema imunitário mais fragilizado.

A desinfeção de todos os produtos hortícolas, com produtos apropriados à base do hipoclorito de sódio, a tradicional lixivia, é uma prática recomendada. Poderão ser usados produtos comerciais já preparados como o Amukina ® ou lixivia na diluição correta.

Contrariamente ao que é dito, o vinagre não é um desinfectante eficaz. Apenas acidifica a água e afasta alguns insectos que possam existir nos legumes. Além disso é recomendado que nos primeiros tempos após o transplante, estes alimentos sejam consumidos apenas confeccionados.

A aplicação de temperaturas altas para a cozedura, elimina a maioria dos microorganismos o que permite a substituição da tradicional salada por legumes cozidos, assados ou salteados.

Relativamente às frutas, no período imediato após o transplante, é recomendado que sejam consumidas também confeccionadas, o que limita as frutas que podem ser consumidas – tradicionalmente a maçã e a pêra. No entanto consoante a época do ano, outras poderão ser incluídas, como o pêssego ou o marmelo assados.

Gradualmente as frutas cruas deverão ser incluídas, inicialmente as de casca grossa como a banana e a laranja e depois outras de casca mais fina, como a nectarina e a ameixa.
Os cuidados mantem-se: devem ser desinfectadas e descascadas, mas permite aproveitar a variedade que vem com a sazonalidade.

Nutricionista
Fátima Marques
1346N

Partilhe este artigo: